terça-feira, 15 de março de 2011

Hoje prefiro pensar que te perdi … do que sentir saudades tuas …


Hoje senti necessidade de escrever, e escrever noutro registo … e nada melhor que aproveitar uma folga, sem tema e sem registo …

Acordei esta manhã, com mil e quinhentas batalhas dentro de mim. Pensei em voltar a dormir, mas o sol que atravessava a janela e a vontade de ver o meu mar, fez-me levantar e sair.

Neste momento estou na Galé, a beber uma coca cola e a contemplar a calma do meu mar.

O mar é quase como a minha vida, sem fim, umas vezes sereno outras bravo, algumas vezes calmo e luzidio outras turbo e agitado.

Toda a minha vida, vivi como se fosse o último dia, ganhei coisas muito boas e perdi muito … não consigo prever um fim, exactamente da mesma maneira que olho para o mar e não lhe vejo o fim.

Um dia disseram-me que a vida é feita de desilusões, e que a dor torna-nos mais fortes e maduros.
Haverá limites de desilusões? É que se há, eu devo estar perto desse limite.

Sempre vivi tudo intensamente, no amor, nas amizades, no trabalho e nas relações pessoais, sou um coração estúpido e uma alma demasiado boa.

Arrependo-me? Não !!

Sou assim e por mais ou menos desilusões, serei sempre assim.

Ganho com isso? Ganho!

Quando no outro dia, sentada no Gliese o Bézinho me disse:  “- Tu só podes ser muito boa pessoa.”, ou quando no Blog da Patrícia vejo que fez um post a elogiar-me enquanto pessoa e amiga.

Bem sei que cada desilusão é como uma faca que nos espeta o coração… Por outro lado, cada elogio e cada agrado dão valor a esta vida.

Hoje acordei desgostosa de tudo e de todos. A falsidade, a mentira são como punhais. As pessoas tornaram-se cada vez mais frias e não olham a meios para atingir os fins.

Valerá a pena, fazermos tudo por uma pessoa, abrirmos o nosso coração e a nossa casa, fazer confissões, para à mínima coisa nos apunhalarem pelas costas? Eu acho que vale, como se diz por aí – as atitudes ficam para quem as pratica…

Contudo, cada vez que uma porta se fecha, abrem-se muitas janelas.

E a minha vida não é feita apenas de dissabores e desilusões. As coisas boas acontecem sem darmos por isso.

A muita gente faz confusão a amizade que criei com o Mr Matt. Tudo nasceu por acaso, conversa puxa conversa e criamos uma amizade e uma cumplicidade magnífica … E o que faz confusão ? Será a nossa sinceridade, será a nossa maneira de estar sempre transparente?

Uma amizade nasce sem nos apercebermos, é como um copo debaixo de uma torneira que pinga, um dia há uma gota que o faz transbordar.

Falei à pouco que estava na Galé, sinto-me bem aqui, mesmo sem estar a comer os magníficos hamburguer’s.  Aos poucos também aqui criei raízes e amigos. O Paulinho, bom ouvinte, bom conselheiro, bom conversador e sempre com uma palavra amiga. O CP, grande compincha da converseta e da gargalhada de humor negro. E o meu Bézinho e a minha Ana, que a única coisa que peço é que nunca me faltem palavras nem actos para lhes retribuir a grandiosa amizade que sempre me deram.

Com isto, penso que enquanto houver um amigo sincero, o nosso coração bate feliz. O meu bate … e muito .
Muita gente pode chamar a este texto, um recalcamento. Enganam-se !!! É um texto de desilusão e agradecimento.

De desilusão, por ter criado mais uma expectativa, em vão…

Desilusão, por ter acreditado em palavras fingidas e comportamentos falsos…

Desilusão, por sorrir a cada sms, por deitar a cabeça na almofada  e sonhar acordada …

Desilusão, por acreditar em quem não devia …

Dizia eu à Patricia, que se desta não desse certo, eu nunca mais me levantaria … Enganei-me e é aqui que entra o agradecimento.

O agradecimento, aos amigos que me fazem sorrir dia após dia… aos amigos que me conhecem e sabem que a minha força move montanhas… à Sónia, conselheira de todas as horas e de todos os momentos…  [ao Paulinho que acabou de me servir um café e me aqueceu a alma]

E agora de novo a olhar para a imensidão do meu mar penso : posso ter mil desilusões…posso ser alvo de mil falsidades… que em mim nada mudará enquanto tiver o calor e o sorriso sincero de um amigo…

O amor não vale nada, cada vez mais esta minha teoria ganha força… o amor são comportamentos de espécies de merda que fazem com que as mulheres patinem até se sentirem descontroladas … os homens não patinam… os homens não amam…

Confesso que me desiludi recentemente, dói…mas passa…afinal não perdi nada…
Apenas acreditei …


[ Texto escrito ao sol da Galé no último Domingo ]

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